27 de nov. de 2012

Coied* 2012


E o projeto continuou. Desta vez tendo como tema geral Contextos de aprendizagem em ambiente digital. 
Neste ano, houve duas novidades, a conferência foi paga e creditada pelo CCPFC (Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua) como ação de formação, na modalidade Curso de Formação, com 0.8 créditos (20 horas).
Quanto ao resto, os procedimentos foram muito semelhantes. Fiquei com a sensação de ter retornado à mesma sala com muitos dos participantes do ano passado. Logo, a sensação de familiaridade o que poderia parecer estranho para quem, na maioria dos casos, só se conhece virtualmente. 
Desta vez, optei por não fazer a descrição de todos os momentos em que estive presente, tal como tinha feito na 1ª Conferência. Sabia, pelo calendário, que desta vez não me seria possível assistir a parte da conferência, particularmente, da parte da tarde. Assim, estive presente em quase todas as sessões da noite e, uma vez mais, pude aprender. 
Outra das novidades desta 2ª Edição foi a solicitação aos presentes da elaboração de crónicas que depois seriam publicadas, no dia seguinte, no site da Coied. Aceitei o desafio do Professor Lagarto de fazer um desses relatos. 
De seguida (re)publico esse texto, bem como a referência de todos os outros através de um print screen da imagem que no site da coied dá acesso aos mesmos (coluna do lado direito). Parecem-me um bom recurso para aqueles que não puderam estar presentes, poderem sentir o ambiente que se viveu.
Relato dia 12 de outubro
"Resta esperar pela continuação do projeto em 2012 e agradecer à organização da COIED (A Conferência Online de Informática Educacional) a oportunidade de continuar a ser aprendente: Obrigada." - Foi desta forma que concluí o relato da segunda semana da COIED, em 2011, no meu blog, numa iniciativa pessoal que reconhecia naquela experiência inédita a oportunidade de partilhar o meu testemunho.
E cá estamos de novo.
Ontem, dia 12 de outubro, terminou a primeira semana da COIED 2012 e, desafiada pelo Professor José Lagarto, irei dar o meu testemunho sobre as duas sessões desse dia.
Ao fim da tarde, a partir das 19:00, assisti à apresentação de três boas práticas: "A História romana na Wikipédia", apresentada pela Professora Juliana Marques; "Robots na aula de Matemática: Aprender Estatística com recurso a Tecnologias", apresentada pela Mestre Paula Lopes e "Os Robots como ferramenta pedagógica no 1º Ciclo do ensino básico, apresentada pela Mestre Sónia Martins. Já à noite, pelas 21:30, acompanhei a conferência dada pelo Professor Roberto Carneiro sobre os paradigmas da nova aprendizagem.
Paulo Belo, o moderador da sessão do fim da tarde, sintetizando os assuntos que iriam ser apresentados resultantes das boas práticas, diria que se tratava de uma sessão virada para as tecnologias. E assim se confirmou.
Começámos por ouvir a apresentação da Professora Juliana Marques que do outro lado do oceano nos falou dum curso onde se pretendia que os alunos aprendessem a editar na Wikipédia. Apresentou o perfil da disciplina, caracterizou a turma, e falou-nos dos "embaixadores" que tinham sido elementos bastante importantes: eram os monitores técnicos que tinham ajudado os alunos a editar texto, na Wikipédia. Foi-nos explicado, de seguida, como todo o processo decorreu. Da apresentação das principais dificuldades e objetivos específicos apresentados, destacaria o seguinte aspeto: a tomada de consciência de que a Wikipédia é um material didático usado por todos e que, portanto, para que seja fiável, urge melhorá-lo. Ficou mostrado, parece-me, que o desenvolvimento de projetos semelhantes ao que a Professora Juliana Marques lidera poderão ser uma boa metodologia.
Depois, as mestres Paula Lopes e Sónia Martins apresentaram-nos os seus projetos de doutoramento, ambos envolvendo a utilização de robots associados ao ensino da matemática. No primeiro caso, envolvendo alunos do 8ºAno, portanto 3º Ciclo, e, na segunda situação, alunos do primeiro ciclo.
Do que ouvi e vi, porque nos foram mostradas imagens do envolvimento dos alunos nos projetos, destacaria os seguintes aspetos que, para mim, como professora de Língua Portuguesa, considerei mais relevantes dessas práticas:
- Na experiência que envolveu os alunos do 8ºAno, o facto de se destacar o processo conjunto de negociação, com relevância para a responsabilidade mostrada pelos alunos, mas também o empreendimento e a capacidade de argumentação suscitada pela competição gerada pelo próprio projeto.
- Na experiência que envolveu os alunos do 1º ciclo, registei como relevante o facto de ter sido dito que a metodologia de trabalho de projeto fez sobressair nos alunos competências que as próprias professoras não conheciam. Também relevante, e, por isso, de destacar a responsabilidade com que os alunos se envolveram no projeto.
A terminar esta primeira parte, gostaria de fazer referência a um aspeto que me parece bastante característico de uma conferência totalmente online, em particular esta, que mantém o "chat" sempre aberto durante as conferências. Além do feedback que vamos dando sobre como estamos a ouvir e ver o que vai sendo transmitido, permite-nos ir, no momento, comentando e interagindo quer com os outros participantes quer com os próprios conferencistas, moderadores e administradores.
Dessa interação e a propósito desta primeira parte do dia de ontem, na COIED, eu deixaria aqui as palavras de João Paulo Martins que escreveu o seguinte no chat: "Muito bem! Sem dúvida, os contextos de aprendizagem (como vimos ontem com o Professor Figueiredo) são potenciadores do êxito das aprendizagens."
E desta forma faria a ligação para a conferência da noite, dada pelo Professor Roberto Carneiro, onde ouvimos falar dos paradigmas da nova aprendizagem. Nesse propósito, o Professor Roberto Carneiro presenteou-nos com um discurso subdividido em quatro temáticas:
Tema 1- O cérebro aprendente;
Tema 2 - Os sentidos da educação;
Tema 3 - Novo conhecimento, nova aprendizagem, aprendizagem autoregulada;
Tema 4 - Mudança pessoal, diversidade e generativismo.
A sessão iniciou e ouvimos falar sobre a forma como aprendemos, dando-se particular atenção à aprendizagem emocional, provando-se que as emoções têm um papel relevante na predisposição para aprender. Depois, aconteceu um dos momentos mais cativantes daquela sessão: num slide onde se escrevia apenas "Why imitation makes us human", o Professor desafiou-nos a refletir sobre essa questão, através do visionamento de vários vídeos, cujo acesso nos foi facultado no próprio espaço onde decorria a conferência. Essa situação provocou, no chat, inúmeras participações.
Já no segundo tema, foram-nos apresentados vários esquemas e quadros onde parecia estar clara a emergência de novas formas de aprender. O processo dá-se de forma contínua, partindo do simples para o complexo, do quantitativo para o qualitativo, do indivíduo para a comunidade.
Passámos para o terceiro tema e a questão que aqui se pretendia perceber, quanto a mim, era por que razão alguns conseguem aprender diferentemente. Será importante, nesse processo, um conjunto de características / qualidades, fazendo aqui referência ao trabalho apresentado nos dois slides onde se cita Oliveira Martins sobre os Portugueses, mas também, e em destaque para a consecução desse objetivo, a autoregulação da aprendizagem que permite, segundo Paris&Byrnes, 1989, "superar obstáculos com persistência e criatividade."
Chegámos ao quarto tema e, quase como se de uma conclusão se tratasse, a Web semântica e a generatividade (o renascer para a mudança) são-nos apresentados como o caminho a seguir. A apresentação terminou com a imagem da Fénix e foi recebida pelos participantes como um verdadeiro estímulo a agir para a mudança.
A sessão terminou com a audição de Mariza em Música do povo. Terminávamos a semana, como disse o Professor José Lagarto com a chave de ouro. Foi um momento intenso e profundamente humano mediado pela tecnologia.

Rosalina Simão Nunes




*Conferência Online de Informática Educacional

1 de jun. de 2012

Aprendo no processo de preparação da aprendizagem

De novo aqui venho partilhar outra memória, desta vez, tal como esta, construída no Facebook.  Começará a ser recorrente? Veremos.

Desta vez não se trata de uma conversa, mas de uma observação minha que acompanha a partilha de uma imagem, partilhada por sua vez por Adelina Silva e que é da autoria de Teresa Pombo.

Começo a achar que a necessidade de aqui registar o que de vez em quando se passa no Facebook se prende com o facto daqui a memória ser mais facilmente catalogada e organizada por mim e também porque começo a sentir que urge encontrar uma forma de tentar usar como ferramenta pedagógica o Facebook. Ou então, reunidas todas as observações concluir que não funcionaria...

Bom, mas vejamos o que hoje registei

Na imagem partilhada liam-se duas expressões que me prenderam a atenção: Aprendo para ensinar / Aprendo enquanto ensino. E a propósito refleti:

Eu acrescentaria ainda outro aspeto que me parece bastante relevante, pelo menos no meu processo de aprendizagem: aprendo durante o processo em que preparo "o que aprendo para ensinar". Não sei se dito desta forma consigo traduzir a ideia. Mas estou concretamente a falar do momento de criação do contexto, no qual, objetivos conteúdos, atividades interagem de uma forma cada vez mais dinâmica, uma vez que o recurso às ferramentas da web 2.0 é cada vez mais constante e isso estabelece entre todos os elementos um elo que é muitos vezes sentido como algo vivo.
Um célula, talvez.
E é uma sensação que tem tanto de desafiante como de inquietante, porque a exigência é muito maior já que a cada pequena organização / organismo que faz parte dessa dinâmica, em sala de aula, em plena comunicação com os alunos, cuja dinâmica é também viva, logo em permanente mutação, pode acontecer o imprevisto e aí tudo tem de ser renovado. Já me aconteceu, ter de, numa fração de segundos, com os elementos que tinham sido delineados, alterar a estrutura por forma a tornar tudo mais coerente. Caso contrário o objetivo não era atingido e aprendizagem não acontecia. Não tendo dados que me permitam confirmar, no entanto, reconheço a esse momento de preparação, em que tudo é desenhado, mental e fisicamente, o momento fulcral da minha aprendizagem, enquanto professora. 


1 de mai. de 2012

Memória de uma atividade pedagógica no SL: Ensino Baseado em Projetos



Resultado de uma conversa informal sobre projetos no Second Life (SL) e a exploração do seu potencial, enquanto ferramenta pedagógica, surgiu o convite para apresentar o produto final da terceira atividade da Unidade Curricular de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), da 3ª Edição do Curso de mestrado Pedagogia do ELearning da Universidade Aberta.
O evento estaria, então, inserido no projeto Imagens da cultura, conversas às quartas, desenvolvido pela Paula Justiça, no Second Life (SL). Feitos os pedidos de autorização necessários para essa partilha ser viável, nomeadamente os coautores do trabalho, Pedro Teixeira, Luís Miguel Rodrigues, à mestre Angelina Macedo, que, na altura, nos orientou na execução das atividades que envolveram o SL e Professora Doutora Lina Morgado, responsável pela UC de AVA, a sessão ficou agendada para o dia vinte e oito de março.
Para divulgação do evento, a Paula Justiça criou um evento no Facebook:  "Ensino Baseado em Projetos - uma actividade pedagógica no SL".

Na preparação da apresentação foi feito um guião e selecionadas imagens mais representativas da experiência que depois foram explicadas a partir deste álbum que fora criado durante o desenvolvimento da atividade na unidade curricular.

No dia do evento, contou-se com a presença de  cerca de dez avatares.   Para a apresentação foi usada a voz, uma vez que todos os presentes conseguiam ouvir. Assim, o guião foi seguido, mas houve, pontualmente, alguns referências fruto da memória que o próprio evento em si motivou. Estavam presentes a mestre Angelina Macedo que esclareceu alguns aspetos e a Filomena Grazina (estudante de outro mestrado - Comunicação Educacional) que, durante a preparação da atividade, nos apoiou em alguns aspetos, no que respeita a utilização do SL como ferramenta. 

No final da apresentação, surgiram algumas questões pertinentes. Um dos aspetos questionados foi o do público-alvo. De facto, a Visita de estudo, porque tinha de estar enquadrada nas nossas atividades profissionais, e porque todos trabalhamos com jovens, ficou definido como sendo dirigida a alunos do 9º Ano, no entanto, poderia ser qualquer grupo etário, desde que conhecedor dos factos históricos referidos, nomeadamente os que são reportados no Museu do Holocausto. Neste ponto, em discussão, levantou-se a questão de não ser fácil o acesso ao SL na maioria das Escolas portuguesas.

Foi também questionada a razão pela qual se criaria, num ambiente virtual, um espaço semelhante ao dos ambientes reais. Neste caso não se trataria tanto da criação de um espaço virtual semelhante ao de um ambiente real, mas de uma situação – a Visita de Estudo. Estratégia que é frequentemente usada, na vida real, para que os alunos vivenciem experiências novas e aprendam in loco, além de poderem desenvolver as competências sociais. No SL, surge uma outra possibilidade que é a de poderem interagir, ainda que em simulação, com artefactos e situações que de outra forma seria fisicamente possível.

Fotos daqui.
 

9 de abr. de 2012

Trabalho de Equipa no contexto das Bibliotecas Escolares*

De 5 de janeiro a 23 de fevereiro, frequentei a seguinte ação de formação: "Trabalho de Equipa no contexto das Bibliotecas Escolares". Tratava-se da única ação de formação que o Centro de Formação ao qual o  Agrupamento onde exerço a minha atividade pertence disponibilizou sem ser autofinanciada. Recordo este aspeto, porque, na primeira sessão, quando nos apresentámos, foi essa a razão que dei para me ter inscrito. Verifiquei que, quase todos os colegas ficaram ligeiramente chocados com a minha frontalidade, tendo mesmo sido dado a entender que eu não me deveria ter inscrito se não me interessava pela temática. Tentei explicar que, por acaso, até me interessava pela temática, mas que a razão que me tinha feito inscrever tinha sido aquele facto.
É relevante este aspeto para a descrição que a seguir irei fazer? É, uma vez que contextualiza os factos que me levaram a participar nesta ação.

 Nesta formação, havia uma aspeto que me despertara o interesse desde o momento em que tome conhecimento da sua estrutura: 12 das 25 horas da formação seriam online em regime síncrono. Para quem tem acompanhado o meu percurso, perceberá rapidamente o meu interesse. Estou a frequentar um curso de mestrado, totalmente online. Portanto, seria a primeira vez que iria frequentar uma ação de formação em regime b-learning. O desafio era interessante!

Quatro sessões eram presenciais e realizaram-se na Escola Secundária da Lourinhã (as duas primeiras) e na Escola Secundária de Madeira Torres (as duas últimas). Devo dizer que no caso das últimas duas sessões, o horário de início definido - 16.30 - não é compatível com o horário das atividades letivas da escola Dr. João das Regras, uma vez que nesta escola as atividades letivas terminam às 18:25. Aliás, esta questão dos horários tem sido sempre um dos aspetos referenciados na avaliação das ações como bastante negativo, mas que se mantém sistematicamente nas propostas de ações do Centro.

De acordo com a apresentação feita pela formadora, professora Rute Marta Nunes, na primeira sessão, os objetivos desta formação eram:
  • Refletir sobre os objetivos da Escola actual e das necessidades da sua (re)organização no contexto da sociedade da informação, potenciando todos os recursos.
  • Proporcionar o debate e a reflexão sobre o papel da Escola no contexto da sociedade moderna, com recurso à Biblioteca Escolar, como estrutura dotada de equipamentos e recursos susceptíveis de alteração de práticas de aprendizagem.
  • Promover a reflexão e a investigação sobre as práticas de utilização dos recursos existentes na BE como incentivo à leitura/animação.
  • Favorecer o desenvolvimento de estratégias inovadoras conducentes à construção de projetos de leitura, com o Projeto Educativo e com os Projetos Curriculares e Extra – Curriculares.
Quanto à metodologia, propôs-se que nas sessões presenciais as sessões tivessem um caráter eminentemente prático, sendo criadas oportunidades de trabalho individual e em grupo e privilegiando propostas de atividades integradoras de carácter prático, com a preocupação da ligação com os contextos e as vivências profissionais dos formandos.
Em relação às sessões online, os materiais e propostas de atividades seriam colocadas na plataforma nas datas indicadas para início de cada sessão, tendo os formandos  até ao penúltimo dia correspondente à data do início da sessão seguinte para realizar as atividades propostas. As atividades seriam realizadas, consoante os casos, individualmente ou em grupo. O dia imediatamente anterior a cada sessão seria o dia de interrupção de atividades e o acompanhamento da formação à distância far-se-ia em regime de comunicação assíncrona. Ora bem, neste ponto, houve uma oibsevação a fazer, no que respeita, o número de horas definido para a ação. Como se pode observar pelo descritivo da metodologia do trabalho online, além das horas das sessões online síncronas, no total, 13 horas, em que se previa que os formandos estivessem a desenvolver trabalho, estava também previsto que esse trabalho só fosse conluído posteriormente. Ou seja, a própria organização da formação previa que fosse necessário mais tempo ainda que a ação de formação não contemplasse esse número de horas. Deverá ser um aspeto a contemplar futuramente na organização deste tipo de formação em regime b-learning, uma vez que, se se exige que o formando esteja online sincronamente determinado número de horas, as horas que faça a mais para concluir os trabalhos têm de vir contempladas na ação de formação, sendo-lhe, assim, dados mais créditos.
A avaliação incidiria sobre  o desenvolvimento das nossas competências  ao longo do curso, sendo tomados em consideração os seguintes aspectos:
-Qualidade da participação nas sessões de trabalho;
-Qualidade de realização das actividades propostas nas sessões de trabalho;
-Qualidade das interacções com os restantes elementos do grupo em formação.
Havia ainda a obrigatoriedade de frequência de 2/3 das horas presenciais e a apresentação dos trabalhos práticos e reflexões ou relatórios efetuados, a partir das e nas sessões presenciais de acordo com critérios previamente estabelecidos.

Eram objetivos ambiciosos, mas que, me parece, foram atingidos na sua plenitude. Passo agora a apresentar o resultado dos vários trabalhos. E, para isso, senti a necessidade de criar um wiki, quando estava fazer este post. Reparei que o post já estava a ficar muito extenso. Resolvi, por isso, estendê-lo para o wiki. Provavelmente, será um procedimento a ter sempre que a descrição em ações de formação ou outros eventos formativos requerem mais espaço.




*Post iniciado a 9 de Abril e concluído no dia 22 de Abril (2012).






Sherry Turkle: Connected, but alone?


Muito importante para compreender a nossa relação com os dispositivos que, supostamente, nos deveria ajudar a comunicar mais e melhor. 

Estamos tão preocupados em comunicar que não temos tempo para pensar, para falar...


3 de abr. de 2012

Tecnologia, comportamento, atitude, cultura



Subtítulo - O trabalho na rede e em rede - 2

 A discussão em rede começa a ser parte muito importante na leitura e análise que se faz dos textos que cada um de nós vai trabalhando. 

Na sequência deste post, não podia deixar de aqui partilhar, também, com a devida autorização da co-conversadora, esta conversa que mantivemos a propósito dum excerto de Tom Whitby, partilhado pela Cornélia Castro, no seu mural do Facebook, a 23 de março.

Tenho uma mania, quase obsessão pela memória e a importância dela e a necessidade de a registar...

Logo, tudo aquilo que acho pertinente e gosto, quero registar e quase sempre partilhar, porque o momento da partilha para a memória futura é, também, muito relevante. Assim, vou usando estas "coisas" da web 2.0 para me ajudar a fazer esses registos. Em papel, seria incomportável. Cheguei a tentar...
É importante partilhar esta conversa? Na minha ótica, sim. Por um lado, é relevante, porque mostra como se "fazem" as conversas no facebook e, por outro, pela importância do conteúdo, na partilha do texto de Tom Whitby feita pela Cornélia que é uma amiga virtual também muito relevante pelo que partilha e comunica.

Eis a conversa:

«(...) In order to take a full measure of the advances of technology, there are certain adjustments to be made and skills to be obtained or reanimated. This requires a change in behavior, attitude, and most importantly, culture. Information from technology may be easily accessed, but it is not yet a passive exercise. It requires effort and an ability to learn and adapt. These are skills that all educators have, but many may not always be willing to use. The status quo has not required educators to use these skills in a long time. Using these skills requires effort and leaving a long-standing zone of comfort in order to learn and use new methods of information retrieval. Waiting for the Journal is no longer a relevant option. Educators are driving the changes, but technology is driving the change. The need for reform may very well come from the need for the changes in education to keep up with the rate of change. (...) ~ Tom Whitby
That's it!
Rosalina Simão Nunes ‎"Using these skills requires effort and leaving a long-standing zone of comfort in order to learn and use new methods of information retrieval. " - Crucial.23/3 às 23:58 

Cornélia Castro Effort... that's what life is (also) about...23/3 às 23:59 

A propósito disto, julgo eu :))))), vou aqui contar um episódio. Desde o ano passado que me debatia na escola por disponibilizarem aos professores um endereço eletrónico se queriam que o "pessoal" usasse esse meio para comunicar. Uma vez que se andava a usar, quanto a mim, 'abusivamente' o recurso ao mail como forma para comunicar, quando as pessoas se viam todos os dias. Ou seja, em vez de se discutirem os assuntos frente a frente, discutiam-se, supostamente, via mail. Acontece que essa discussão não existia. O que havia era o envio de sugestões que depois eram recolhidas por uma determinada pessoa que as colidia. Ora, isso não é discutir. Nem por mail. Então, tomei uma decisão e informei que o meu mail pessoal deixava de estar disponível para servir de recetáculo desse tipo de comunicação. Neste ano, forneceram-nos um mail institucional. Ora, além do facto de não nos permitirem mexer no perfil, impondo-nos um nome que não temos e não queremos (facto que a maioria das pessoas não tem consciência e aceita, porque não sabe), insistem em usar aquele recurso, o simples mail, já nem falo de plataformas e afins, como veículo que facilita a vida porque liberta mais horas e opta-se por querer discutir as coisas como descrevo em cima. É óbvio que já informei quem de direito que, de novo, aquele meio de comunicação está off.
24/3 às 0:11


Rosalina Simão Nunes Poderão dizer: "Lá está aquela chata..." Mas, parece-me a mim que, ao fazer isso, eu estou a trabalhar no sentido da tal mudança: "This requires a change in behavior, attitude, and most importantly, culture."24/3 às 0:13

Cornélia Castro Não percebi muito bem... essa comunicação pior e-mail é só para participação de "eventos" ou para agilizar a (não) discussão de questões pertinentes?24/3 às 0:14 

Rosalina Simão Nunes Não é para agilizar, Cornélia, é para substituir. :)24/3 às 0:15 

Se fosse para agilizar, tipo: "Olhem, envio o projeto B para lerem, analisarem e no dia tantos reunimos para discutir, enquanto departamento, grupo de trabalho..." A "coisa" aceitava-se. Agora, sugerir que a "discussão" de um projeto se faça com envio de propostas para determinado endereço, sem que haja discussão? E, depois, quem reúne ideias? Quem contra argumenta? Quem sintetiza? Como se conhecem as outras ideias que não sejam as nossas?
24/3 às 0:19  

Cornélia Castro O e-mail para discussão de questões relevantes???
O virtual é muito handy para discussões e análises (estamos aqui a!), o presencial não é imperativo.
Mas há "substituições" melhores, bem melhores...
"These are skills that all educators have, but many may not always be willing to use" eis a questão.
Willing to use...
24/3 às 0:19 ·

Rosalina Simão Nunes Sim, "nós" sabemos Cornélia, mas as pessoas que me estão a propor esse tipo de discussão não sabem e usam o mail para evitar gastar tempo, na escola.24/3 às 0:31 

Cornélia Castro Pois... fazer o quê? Com diz aqui um amigo nosso "Evangelizar"... :-)24/3 às 0:33 


Rosalina Simão Nunes Pois, Cornélia. E terá alguma razão. Pessoalmente, não gosto do verbo "evangelizar".24/3 às 0:42 

 
Sinónimos?24/3 às 0:49

Bom... A mim o verbo evangelizar faz-me lembrar logo aquelas igrejas de Deus, tipo a igreja universal. E aí, a "coisa" funciona muito à volta daquele que evangeliza. Ora, na minha perspetiva, a educação em geral, e o ensino em particular, deve andar à volta daquele que aprende. Esse é que tem de querer saber aprender. O processo de o pôr a fazer isso tem de ser muito discreto, para que as "luzes" incidam sobre aquilo que aprende. Isso é que é o fundamental. Que se aprenda. E para isso, cada vez com menos dúvidas, tem de haver quem ensine e não quem evangelize. O professor é cada vez mais fundamental em todo este processo. Eu não quero que um aluno que não seja meu aluno de todos os dias me apresente um trabalho que eu não consiga / saiba avaliar. Isso não é aprender. Isso é inventar. E nas escolas deveríamos ensinar a pensar, logo aprender. Claro que as ferramentas das novas tecnologias ajudam a fazê-lo e, principalmente, libertam-nos tempo para estar mais tempo de qualidade com os alunos. Agora, a questão é: como é que se passa a mensagem? Quem tem de fazer isso? Onde? Quando?
24/3 às 9:31 ·

Pois as palavras estão no dicionário e nós damos-lhes as nossas conotações... (eu não me lembraria da igreja universal...)
Mas, pensei que te referias a "evangelização" das relações interpessoais e profissionais entre os adultos apenas:
Como se passa a mensagem?
Tenho uma ideia sobre isso, não empírica (ou mais ou menos, que isto já são mtos anos de trabalho): pelo exemplo.
Primeiro estranham, alguns invejam, outros odeiam e depois alguns resolvem experimentar...
24/3 às 19:55

 Rosalina Simão Nunes Por acaso, no caso da evangelização, não me parece que eu esteja muito longe do sentido denotativo da palavra. É um facto que evangelizar é: Proceder à evangelização em (algum lugar) ou entre (alguns indivíduos ou povo). Levar o Evangelho a, Missionar. E é isso que fazem as Igrejas. Umas mais que outras. A questão é saber se com a educação o processo deva ser esse.24/3 às 22:00 ·

 Rosalina Simão Nunes Sabes, a mim incomoda-me que muita gente continue a achar que o professor anda em missão. Eu não sou missionária. Eu sou uma trabalhadora. :)))) 24/3 às 22:01  

 Rosalina Simão Nunes Trabalho para comer. Claro que, no meu caso, trabalho numa área que me realizar. Foi uma opção. Por exemplo, se fosse agora, não teria escolhido a área da educação. A perspetiva de futuro, enquanto carreira, não está clara. Muito cinzenta, aliás. E claro que também já estou numa etapa que me leva a ponderar bastante a possibilidade de mudar o rumo. Ainda para mais agora. Na crise. ;-)24/3 às 22:03 ·

Rosalina Simão Nunes Mas já estou a fugir à questão. :)))))) Ainda sobre a missão e o evangelho.24/3 às 22:03 

Sabes, um dia, resolvi ir fazer uma ação de formação sobre a cartilha maternal, na João de Deus. Não ensino ninguém a ler, no sentido literal do termo. Supostamente, chegam às minhas mãos já a ler... Mas queria perceber por que razão um método tão antigo, porque já vem dos finais do século XIX, ainda era atual. E percebi. E é simples: ali, nas escolas João de Deus, diz-se assim: "Nós aqui ensinamos desta maneira." E funciona.
24/3 às 22:07 ·


 Rosalina Simão Nunes Ou seja, definiram um método e aplicam-no.24/3 às 22:08 · 

Rosalina Simão Nunes E o que é certo é que os meninos que aprendem a ler, lá, mesmo aqueles que têm dificuldades de aprendizagem, aprendem a ler e, depois, a escrever.24/3 às 22:08  

Rosalina Simão Nunes Claro que processos destes não são compatíveis com o tal espírito de missão que grassa nas escolas portuguesas. Porque as missões dependem dos voluntários. Os métodos dependem das organizações.24/3 às 22:10  



17 de mar. de 2012

O trabalho na rede e em rede



Na  atividade 3, na unidade curricular de Modelos de Ensino a Distância, durante o  primeiro semestre do curso de mestrado (3ª Edição), a professora Lina Morgado propunha-nos que, simultaneamente, desenvolvêssemos duas tarefas: por um lado, escrever um artigo para  um número especial de uma Revista dedicado ao Ensino Online, sobre temática a escolher; por outro, fazer parte de um equipa de peer-review, da mesma revista, onde faríamos a revisão dos artigos dos nossos colegas, que teriam de versar temas diferentes daqueles sobre os quais nós tínhamos escrito. Recordo-me que,  no momento em que me apercebi da complexidade da atividade, registei essa impressão, em Fórum, associando-a à  imagem que acompanhava essas tarefas e que era uma complexa e intricada rede, semelhante à que publico. A professora deu feedback a essa minha intervenção, numa mensagem que recebi como estímulo para pôr à prova a minha capacidade de criar relações entre aprendizagens. Nesta apresentação, feita pela Maria João Spilker do mpel4, sobre a mesma atividade, está bem patente a complexidade do desenho desta atividade.

Claro que essas aprendizagens me têm permitido, enquanto professora, utilizar a web 2.0 e todo o seu potencial de uma forma, eu diria, bem mais contida do que aquela que antes eu achava que iria fazer. Ou seja, do entusiasmo, quase eufórico, das primeiras experiências depois da formação sobre a Plataforma Moodle, o mestrado tem-me ensinado que, antes de mais, há que transformar o desenho da estrada, ou seja, não posso substituir o papel pelo pc. Não é compatível. Claro que isto é óbvio. Eu sempre achei isso, mas o que é certo é que, na prática, aquilo que acabava por fazer era um pouco transpor para o digital a estrutura das aulas com recurso ao papel. Ora, não tem de ser assim. Aliás, não deveria ser assim. Os dois suportes coexistem, têm funções diferentes e ajudam a produzir aprendizagens diferentes. 

Na altura da realização da tal atividade, eu já pensava se seria possível ter feito aquela atividade, naquele tempo (creio que três semanas), num sistema de ensino tradicional? E, ainda, se seria possível estimular em alunos do 3º ciclo aquele tipo de capacidade para atingir, ainda nesse nível de ensino, a competência de aprender em rede. Porque a geração digital sabe usar rapidamente as teclas (visão irónica, claro...), mas, depois, em matéria de trabalho, continua a copiar e a colar. Tal como fazia com as fotocópias. Logo temos de ser nós, os professores, de novo, a orientar. Mas para isso temos, de novo, de aprender e apreender estas novas formas.

Com o recurso a um blog, que tem servido, desde 2008, para arquivo de trabalhos dos alunos e sua publicitação junto da comunidade escolar, comecei, neste ano, a usá-lo como ferramenta de e para desenvolvimento de atividades. E, quase naturalmente, os alunos começaram a associar-se a este espaço, como se fosse um casulo

Para demonstrar o que acabo de referir, remeto para a leitura de um dos últimos postes que fiz nesse blog: Life is life ♥ - O blog da Mariana (8ºB). E para quem goste de acompanhar estes processos, sugiro a leitura da etiqueta 2011/12 que tem estado a servir de registo de todo este processo de transformação.


"Você não pode ser minha professora!"



Na quinta-feira passada, vi o vídeo que aqui partilho, no mural de um grupo no Facebook. É um espaço dinamizado por alunos de uma Licenciatura em Ciências da Educação. 

O vídeo partilhado vinha com um desafio de um dos professores, apelando à reflexão e ao comentário. Apesar de não estar ligada àquela universidade e percebendo que a questão era dirigida a alunos, não resisti, ainda assim, a deixar o meu testemunho que aqui partilho agora, porque esta é daquelas questões que de facto, e tal como o professor dizia no mote para a discussão, nos faz pensar. Eu atrever-me-ia mesmo a dizer que deveria ser obrigatório pensar nelas.

Olá, desculpem a intromissão, mas será outra perspetiva. :) Sou professora e nas "minhas" salas de aula já quase tudo se passa pelo recurso à tecnologia. Liberta tempo para discutir, falar, pensar, fazer. Portanto, sou uma professora da era digital e aposto nela. Mas não posso gostar deste vídeo. Sinceramente, fiquei assustada. Não porque tenha medo do rapazinho angelical com ar demoníaco, mas porque por detrás dele está um adulto que filmou este vídeo. E isso é violento. Naquela idade, as crianças gostam de ouvir contar histórias e se forem bem contadas, o livro é tão válido como o computador. Aliás, não é só naquela idade.;-)

22 de fev. de 2012

Sobre "New Online Teaching Model: Sage-on-the-Side?"

Um paradigma que se altera, partes de duas teorias sobre o ensino online que, necessariamente, se juntam porque "(...)First off, the  medium of delivery for online learning, the learning management platform (such as Moodle) forces change. And two, the learner has changed and the learning context. It’s no wonder that academia has been wary of online learning with this clash in ideologies. The instructor, (aka the sage) requires a completely different skill set for e-learning – he or she needs to be a mentor and the intellect. I  see the need for instructor’s knowledge (now more than ever) to be shared with students, especially since we have information available 24/7(...) ~ Debbie Morrison.

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21 de fev. de 2012

Espaços pessoais, a rede e o professor

Numa apresentação onde se interligam conceitos como os de espaços pessoais, a rede e o professor, destacaria o sexto slide. Uma foto do antes e do depois com o seguinte texto: "Antes de tentar ajudar os seus alunos,organize o seu ambiente de aprendizagem." 


18 de fev. de 2012

Social media for teaching, learning, and researching

O slide / sintetizador não só da apresentação como da ideia que se pretende partilhar - 13: It's not what you know that counts any more; it's what you canl earn.

12 de fev. de 2012

Num futuro (longínquo...), em Portugal, será assim

Dessiminating research

Destaque para o slide 13 que, na primeira  leitura que fiz desta apresentação, diria ser o motor do trabalho.

Slide 13: "Knowledge is made to circulate, or, more precisely, we are made to circulate knowledge. Networks are an incentive to bring minds together. "~Pehn, 1999