17 de mar. de 2012

O trabalho na rede e em rede



Na  atividade 3, na unidade curricular de Modelos de Ensino a Distância, durante o  primeiro semestre do curso de mestrado (3ª Edição), a professora Lina Morgado propunha-nos que, simultaneamente, desenvolvêssemos duas tarefas: por um lado, escrever um artigo para  um número especial de uma Revista dedicado ao Ensino Online, sobre temática a escolher; por outro, fazer parte de um equipa de peer-review, da mesma revista, onde faríamos a revisão dos artigos dos nossos colegas, que teriam de versar temas diferentes daqueles sobre os quais nós tínhamos escrito. Recordo-me que,  no momento em que me apercebi da complexidade da atividade, registei essa impressão, em Fórum, associando-a à  imagem que acompanhava essas tarefas e que era uma complexa e intricada rede, semelhante à que publico. A professora deu feedback a essa minha intervenção, numa mensagem que recebi como estímulo para pôr à prova a minha capacidade de criar relações entre aprendizagens. Nesta apresentação, feita pela Maria João Spilker do mpel4, sobre a mesma atividade, está bem patente a complexidade do desenho desta atividade.

Claro que essas aprendizagens me têm permitido, enquanto professora, utilizar a web 2.0 e todo o seu potencial de uma forma, eu diria, bem mais contida do que aquela que antes eu achava que iria fazer. Ou seja, do entusiasmo, quase eufórico, das primeiras experiências depois da formação sobre a Plataforma Moodle, o mestrado tem-me ensinado que, antes de mais, há que transformar o desenho da estrada, ou seja, não posso substituir o papel pelo pc. Não é compatível. Claro que isto é óbvio. Eu sempre achei isso, mas o que é certo é que, na prática, aquilo que acabava por fazer era um pouco transpor para o digital a estrutura das aulas com recurso ao papel. Ora, não tem de ser assim. Aliás, não deveria ser assim. Os dois suportes coexistem, têm funções diferentes e ajudam a produzir aprendizagens diferentes. 

Na altura da realização da tal atividade, eu já pensava se seria possível ter feito aquela atividade, naquele tempo (creio que três semanas), num sistema de ensino tradicional? E, ainda, se seria possível estimular em alunos do 3º ciclo aquele tipo de capacidade para atingir, ainda nesse nível de ensino, a competência de aprender em rede. Porque a geração digital sabe usar rapidamente as teclas (visão irónica, claro...), mas, depois, em matéria de trabalho, continua a copiar e a colar. Tal como fazia com as fotocópias. Logo temos de ser nós, os professores, de novo, a orientar. Mas para isso temos, de novo, de aprender e apreender estas novas formas.

Com o recurso a um blog, que tem servido, desde 2008, para arquivo de trabalhos dos alunos e sua publicitação junto da comunidade escolar, comecei, neste ano, a usá-lo como ferramenta de e para desenvolvimento de atividades. E, quase naturalmente, os alunos começaram a associar-se a este espaço, como se fosse um casulo

Para demonstrar o que acabo de referir, remeto para a leitura de um dos últimos postes que fiz nesse blog: Life is life ♥ - O blog da Mariana (8ºB). E para quem goste de acompanhar estes processos, sugiro a leitura da etiqueta 2011/12 que tem estado a servir de registo de todo este processo de transformação.


"Você não pode ser minha professora!"



Na quinta-feira passada, vi o vídeo que aqui partilho, no mural de um grupo no Facebook. É um espaço dinamizado por alunos de uma Licenciatura em Ciências da Educação. 

O vídeo partilhado vinha com um desafio de um dos professores, apelando à reflexão e ao comentário. Apesar de não estar ligada àquela universidade e percebendo que a questão era dirigida a alunos, não resisti, ainda assim, a deixar o meu testemunho que aqui partilho agora, porque esta é daquelas questões que de facto, e tal como o professor dizia no mote para a discussão, nos faz pensar. Eu atrever-me-ia mesmo a dizer que deveria ser obrigatório pensar nelas.

Olá, desculpem a intromissão, mas será outra perspetiva. :) Sou professora e nas "minhas" salas de aula já quase tudo se passa pelo recurso à tecnologia. Liberta tempo para discutir, falar, pensar, fazer. Portanto, sou uma professora da era digital e aposto nela. Mas não posso gostar deste vídeo. Sinceramente, fiquei assustada. Não porque tenha medo do rapazinho angelical com ar demoníaco, mas porque por detrás dele está um adulto que filmou este vídeo. E isso é violento. Naquela idade, as crianças gostam de ouvir contar histórias e se forem bem contadas, o livro é tão válido como o computador. Aliás, não é só naquela idade.;-)