27 de nov. de 2012

Coied* 2012


E o projeto continuou. Desta vez tendo como tema geral Contextos de aprendizagem em ambiente digital. 
Neste ano, houve duas novidades, a conferência foi paga e creditada pelo CCPFC (Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua) como ação de formação, na modalidade Curso de Formação, com 0.8 créditos (20 horas).
Quanto ao resto, os procedimentos foram muito semelhantes. Fiquei com a sensação de ter retornado à mesma sala com muitos dos participantes do ano passado. Logo, a sensação de familiaridade o que poderia parecer estranho para quem, na maioria dos casos, só se conhece virtualmente. 
Desta vez, optei por não fazer a descrição de todos os momentos em que estive presente, tal como tinha feito na 1ª Conferência. Sabia, pelo calendário, que desta vez não me seria possível assistir a parte da conferência, particularmente, da parte da tarde. Assim, estive presente em quase todas as sessões da noite e, uma vez mais, pude aprender. 
Outra das novidades desta 2ª Edição foi a solicitação aos presentes da elaboração de crónicas que depois seriam publicadas, no dia seguinte, no site da Coied. Aceitei o desafio do Professor Lagarto de fazer um desses relatos. 
De seguida (re)publico esse texto, bem como a referência de todos os outros através de um print screen da imagem que no site da coied dá acesso aos mesmos (coluna do lado direito). Parecem-me um bom recurso para aqueles que não puderam estar presentes, poderem sentir o ambiente que se viveu.
Relato dia 12 de outubro
"Resta esperar pela continuação do projeto em 2012 e agradecer à organização da COIED (A Conferência Online de Informática Educacional) a oportunidade de continuar a ser aprendente: Obrigada." - Foi desta forma que concluí o relato da segunda semana da COIED, em 2011, no meu blog, numa iniciativa pessoal que reconhecia naquela experiência inédita a oportunidade de partilhar o meu testemunho.
E cá estamos de novo.
Ontem, dia 12 de outubro, terminou a primeira semana da COIED 2012 e, desafiada pelo Professor José Lagarto, irei dar o meu testemunho sobre as duas sessões desse dia.
Ao fim da tarde, a partir das 19:00, assisti à apresentação de três boas práticas: "A História romana na Wikipédia", apresentada pela Professora Juliana Marques; "Robots na aula de Matemática: Aprender Estatística com recurso a Tecnologias", apresentada pela Mestre Paula Lopes e "Os Robots como ferramenta pedagógica no 1º Ciclo do ensino básico, apresentada pela Mestre Sónia Martins. Já à noite, pelas 21:30, acompanhei a conferência dada pelo Professor Roberto Carneiro sobre os paradigmas da nova aprendizagem.
Paulo Belo, o moderador da sessão do fim da tarde, sintetizando os assuntos que iriam ser apresentados resultantes das boas práticas, diria que se tratava de uma sessão virada para as tecnologias. E assim se confirmou.
Começámos por ouvir a apresentação da Professora Juliana Marques que do outro lado do oceano nos falou dum curso onde se pretendia que os alunos aprendessem a editar na Wikipédia. Apresentou o perfil da disciplina, caracterizou a turma, e falou-nos dos "embaixadores" que tinham sido elementos bastante importantes: eram os monitores técnicos que tinham ajudado os alunos a editar texto, na Wikipédia. Foi-nos explicado, de seguida, como todo o processo decorreu. Da apresentação das principais dificuldades e objetivos específicos apresentados, destacaria o seguinte aspeto: a tomada de consciência de que a Wikipédia é um material didático usado por todos e que, portanto, para que seja fiável, urge melhorá-lo. Ficou mostrado, parece-me, que o desenvolvimento de projetos semelhantes ao que a Professora Juliana Marques lidera poderão ser uma boa metodologia.
Depois, as mestres Paula Lopes e Sónia Martins apresentaram-nos os seus projetos de doutoramento, ambos envolvendo a utilização de robots associados ao ensino da matemática. No primeiro caso, envolvendo alunos do 8ºAno, portanto 3º Ciclo, e, na segunda situação, alunos do primeiro ciclo.
Do que ouvi e vi, porque nos foram mostradas imagens do envolvimento dos alunos nos projetos, destacaria os seguintes aspetos que, para mim, como professora de Língua Portuguesa, considerei mais relevantes dessas práticas:
- Na experiência que envolveu os alunos do 8ºAno, o facto de se destacar o processo conjunto de negociação, com relevância para a responsabilidade mostrada pelos alunos, mas também o empreendimento e a capacidade de argumentação suscitada pela competição gerada pelo próprio projeto.
- Na experiência que envolveu os alunos do 1º ciclo, registei como relevante o facto de ter sido dito que a metodologia de trabalho de projeto fez sobressair nos alunos competências que as próprias professoras não conheciam. Também relevante, e, por isso, de destacar a responsabilidade com que os alunos se envolveram no projeto.
A terminar esta primeira parte, gostaria de fazer referência a um aspeto que me parece bastante característico de uma conferência totalmente online, em particular esta, que mantém o "chat" sempre aberto durante as conferências. Além do feedback que vamos dando sobre como estamos a ouvir e ver o que vai sendo transmitido, permite-nos ir, no momento, comentando e interagindo quer com os outros participantes quer com os próprios conferencistas, moderadores e administradores.
Dessa interação e a propósito desta primeira parte do dia de ontem, na COIED, eu deixaria aqui as palavras de João Paulo Martins que escreveu o seguinte no chat: "Muito bem! Sem dúvida, os contextos de aprendizagem (como vimos ontem com o Professor Figueiredo) são potenciadores do êxito das aprendizagens."
E desta forma faria a ligação para a conferência da noite, dada pelo Professor Roberto Carneiro, onde ouvimos falar dos paradigmas da nova aprendizagem. Nesse propósito, o Professor Roberto Carneiro presenteou-nos com um discurso subdividido em quatro temáticas:
Tema 1- O cérebro aprendente;
Tema 2 - Os sentidos da educação;
Tema 3 - Novo conhecimento, nova aprendizagem, aprendizagem autoregulada;
Tema 4 - Mudança pessoal, diversidade e generativismo.
A sessão iniciou e ouvimos falar sobre a forma como aprendemos, dando-se particular atenção à aprendizagem emocional, provando-se que as emoções têm um papel relevante na predisposição para aprender. Depois, aconteceu um dos momentos mais cativantes daquela sessão: num slide onde se escrevia apenas "Why imitation makes us human", o Professor desafiou-nos a refletir sobre essa questão, através do visionamento de vários vídeos, cujo acesso nos foi facultado no próprio espaço onde decorria a conferência. Essa situação provocou, no chat, inúmeras participações.
Já no segundo tema, foram-nos apresentados vários esquemas e quadros onde parecia estar clara a emergência de novas formas de aprender. O processo dá-se de forma contínua, partindo do simples para o complexo, do quantitativo para o qualitativo, do indivíduo para a comunidade.
Passámos para o terceiro tema e a questão que aqui se pretendia perceber, quanto a mim, era por que razão alguns conseguem aprender diferentemente. Será importante, nesse processo, um conjunto de características / qualidades, fazendo aqui referência ao trabalho apresentado nos dois slides onde se cita Oliveira Martins sobre os Portugueses, mas também, e em destaque para a consecução desse objetivo, a autoregulação da aprendizagem que permite, segundo Paris&Byrnes, 1989, "superar obstáculos com persistência e criatividade."
Chegámos ao quarto tema e, quase como se de uma conclusão se tratasse, a Web semântica e a generatividade (o renascer para a mudança) são-nos apresentados como o caminho a seguir. A apresentação terminou com a imagem da Fénix e foi recebida pelos participantes como um verdadeiro estímulo a agir para a mudança.
A sessão terminou com a audição de Mariza em Música do povo. Terminávamos a semana, como disse o Professor José Lagarto com a chave de ouro. Foi um momento intenso e profundamente humano mediado pela tecnologia.

Rosalina Simão Nunes




*Conferência Online de Informática Educacional