18 de mai. de 2025

Educação inclusiva – Medidas Universais

 RELATÓRIO REFLEXIVO

1.     Contexto formativo

    1. Relevância da temática apresentada para a prática profissional.

Considerando que, hoje em dia, os ambientes em sala de aula são cada vez mais diversos, urge repensar as práticas pedagógicas.

Estou convencida de que a diferença se faz por aí. Somos nós, professores, os agentes da mudança e temos de estar cada vez mais capazes, logo competentes, para saber criar situações de aprendizagem que possam promover significado naquilo que é relevante para os alunos de forma a que estes reconheçam no currículo valor e se interessem por aprender.

Como disse no fórum de apresentação, acredito que é dentro “da sala de aula que posso fazer a diferença junto dos alunos. É por isso que aqui estou. O lema é "aprender sempre".

Findo este mês de aprendizagem, saio com mais ferramentas e, acima de tudo, mais enriquecida pelo que ouvi, vi e li. Efetivamente, a organização do curso permite-nos “arrumar” as ideias e começar a ter certezas sobre o assunto – a escola inclusiva – de que se fala pouco nas escolas. Pelo menos no meu agrupamento. Os professores das disciplinas têm participado muito pouco naquilo que é a construção das condições mais favoráveis à inclusão.

Espero ter a capacidade de, com este conhecimento que daqui levo, ajudar a “alinhar a prática na verdadeira educação inclusa” (Rómulo Neves).

2.     Percurso formativo

    1. Competências e conhecimentos adquiridos.

Não tenho dúvidas de que, após estas semanas de formação, aprofundei os meus conhecimentos na área da educação inclusiva e a leitura feita em conjunto e com o suporte dos materiais permitiu-me ficar mais conhecedora da lei da escola inclusiva. Isso irá permitir-me nas reuniões de departamento e conselhos de turma ser capaz de participar de forma mais construtiva. Pelas menos assim espero que aconteça.

Sem dúvida que ter tido a oportunidade de aprofundar o conhecimento de modelos teóricos, nomeadamente o  conceito de Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) me vai permitir responder com maior eficácia às diferenças individuais dos alunos. Aliás, há cerca de quatros que tenho estado envolvida em formação no âmbito do Projeto MAIA , procurando participar ativamente na discussão sobre questões teóricas e práticas de ensino, aprendizagem e avaliação pedagógica. Fiz no ano passado, também na academia virtual, uma ação de formação sobre rubricas de avaliação e começo seriamente a pensar em me inscrever na formação “Gestão Flexível do Currículo”. De facto, o Desenho Universal para a Aprendizagem com os seus princípios e estratégias relacionados com o desenvolvimento curricular para reduzir as barrareias ao ensino e à aprendizagem têm de ser abordados à luz da diferenciação pedagógica e, por isso, é preciso continuar a estudar e partilhar.

No entanto, a partilha tem de ser intrínseca da parte de quem partilha e de quem quer receber essa partilha. E, neste ponto, entra em linha de conta uma pequena reflexão sobre a formação dos professores e a qualidade do trabalho colaborativo promovido nas escolas. Costumo dizer que, para muitos de nós, o trabalho colaborativo continua a ser apenas a partilha de recursos, de materiais. Estaremos perante o primeiro patamar da “arte” da partilha. Efetivamente, discutir extratégias e processos que permitam criar situações significativas de aprendizagem requer uma disponibilidade que nem todos temos. Como digo na última reflexão que faço na formação: “Faz falta a discussão, a vontade de trocar ideias. De estar disponível para ouvir a opinião dos outros. Penso que se "isso" se cultivasse mais, todos participaríamos com mais qualidade e o resultado seria muito favorável às aprendizagens dos alunos.”

Nesta formação essa discussão foi possível. A questão é: como refletir com esta eficácia em outros contextos? Nos contextos de maior proximidade em que todos já nos conhecemos?

    1. Contributos para o desempenho profissional.

Esta aprendizagem irá permitir-me pensar, desenhar e operacionalizar situações de aprendizagem que possibilitem, principalmente, reduzir os obstáculos nos processos propostos aos alunos. Esse foi, sem dúvidas, um dos aspetos mais relevantes que aqui aprendi. Nada que, em teoria, não soubesse, mas que com os exemplos dados e as discussões que fomos tendo se tornaram, logo, uma prioridade. Posso mesmo informar que nos enunciados, em suporte papel e digital, deste fim de período, tive essa preocuação. E é importante dizer que essa preocupação existeu em relação a todas as situações e não só quando pensei nas situações que envolvem os alunos que habitualmente estão associados à necessidade de outro tipo de medidas.

Também essa foi uma garantia que daqui levo: as medidas universais são para todos os alunos. Já assim pensava, fiquei com a certeza. E também a certeza de que, sem o trabalho do aluno, não há medidas que possam surtir efeito.

3.     Mudança de práticas

    1. Concretização: impacto da formação nas práticas pedagógicas.

Acresce a esse aspeto, o da melhoria da minha prática pedagógica, logo do meu desempenho profissional, outro que não será tão relevante mas que também é importante: conseguir participar de forma mais ativa e eficaz no envolvimento das famílias. Não sou diretora de turma e essa circunstância limita a minha ação. No entanto, há muito que reconheço a mais valia da importância da família no sucesso dos alunos. Devíamos se capazes de saber comunicar com os encarregados de educação, pais, mães, de forma mais eficaz.

Com os alunos, e no seio da sala de aula, já procuro partilhar com eles cada momento de aprendizagem que proponho, incluindo-os já em determinados contextos processo de construção das situações. Sentem-se “importantes”. Alguns ainda vão “achando estranho”. Às vezes oiço expressões como “prefiro aulas normais”. Ainda não me foram capazes de explicar o que isso significa. Mas há discussão e ficamos todos a pensar.

4.     Conclusões

    1. Apreciação global do trabalho desenvolvido.

Globalmente, a ação correu bastante bem, tendo-se privilegiado a aprendizagem em grande e, nos momentos síncronos, no entanto, até porque o grupo não era muito grande, em três sessões conseguimos ter vários momentos de partilha, além da qualidade da informação veiculada pelo formador, cujas intervenções eram quase sempre enriquecidas com as suas experiências profissionais e até pessoais. Essa estratégia funciona de forma muito eficaz, já que nos aproxima bastante daquilo que estamos a aprender. É quase uma experiência imerssiva.

Não posso   deixar de destacar também a qualidade não só dos recursos como também de todo o desenho de aprendizagem de cada um dos módulos.  Confesso que esse é também um dos meus interesses, a construção de sequências de aprendizagem   online.  E,  efetivamente,  este curso, no seu todo, é muito equilibrado na gestão das atividades propostas e respetivos recursos disponbilizados, dando-nos uma sensação ótima de segurança e qualidade quanto àquilo que estamos a a fazer, logo a aprender.

Foi, sem dúvida, um excelente momento de aprendizagem.


Formação feita em 2024